quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Polícia não deveria ser notícia


Minha primeira experiência no jornalismo foi bastante inusitada. Meu pai ainda tinha a saudosa Revista Presença. Eu devia ter uns 14 anos e minha timidez exacerbada na época não me permitia falar pra ele que queria escrever um artigo – por melhor ou pior que fosse.

Aí sabe quando no desenho animado aparece aquela lampadinha sobre a cabeça do personagem: ideia!!! Na máquina de escrever debutei nas páginas de Presença e nesse vício que é fazer jornalismo. Deixei o texto ali, bem visível para que meu pai pudesse ver e... não deu outra! Ele colocou na edição seguinte da revista e de lá para cá não parei mais. Não me lembro o tema, vou até procurar essa revista nos arquivos...

Bom, escrevi esses dois parágrafos para dizer que fazer jornalismo é muito bom, mas que em nada me atrai o noticiário policial. Essa parte para mim é uma tortura diária. A cada resumão dos fatos do dia anterior dá aquela ânsia terrível por conhecer a que ponto de mazelas chega o ser humano – facadas, tiros, agressões e por aí vai. Infelizmente, nem tudo são flores e esses são ossos do ofício que não tenho como fugir.

O pior de divulgar notícias policiais não é nem saber do que o ser humano é capaz. É saber como existe gente que adora tais notícias. Não é nem uma crítica, mas a constatação de que as pessoas de maneira geral amam tragédias. É assim desde Caim e Abel – aliás uma das mais famosas histórias da Bíblia, o que é sintomático.

Gostaria até de conhecer estudos psicológicos mais aprofundados sobre o tema, sobre como até inconscientemente a tragédia atrai as pessoas. Parece existir um desejo animal dentro de nós, um prazer na desgraça alheia. Isso faz realmente sucesso, vide as arenas romanas em que os gladiadores se matavam ou os cativos eram estraçalhados por leões famintos.

Essas arenas existem até hoje. Basta ligar a TV e assistir a esses terríveis programas de final de tarde que só trazem a barbárie. Se não houvesse audiência, não haveria esses programas. O SBT fez o cúmulo de lançar um programa que se chama “Boletim de Ocorrências”. O sangue escorre mais pela tela do que em filmes do Jason.

Até jornais não exclusivos de temas policiais, como o próprio Jornal Nacional, não me atraem mais. É o supra-sumo da má notícia. Extrair coisas legais é uma dificuldade. Num país desse tamanho, o que interessa num programa de rede nacional falar de um seqüestro em São Paulo? Ou de um assalto no Tocantins?

Pelo menos uma atitude tomei já há um bom tempo nos locais onde trabalho: não divulgar os nomes das pessoas envolvidas em ocorrências policiais. O rádio, o jornal, a TV, a internet ou o que seja não podem funcionar como tribunais de inquisição. Quem vai julgar é a Justiça. E depois de divulgado o nome de uma pessoa nos meios de comunicação, o estrago já está feito. As pessoas são pré-julgadas.

Sonho chegar a um ponto que não existirá mais noticiário policial simplesmente porque não haverá mais ocorrências. Que a violência tenha chegado ao fim porque as crianças serão bem cuidadas e crescerão bem educadas. Que a diferença social tenha sido extinta. Que todos tenham direito a boa alimentação, saúde, lazer e cultura. Que as estradas sejam bem cuidadas, que as cidades sejam bem sinalizadas e as pessoas respeitem o trânsito, resultando no fim dos acidentes.

Sei que tudo isso hoje é utopia. Só que aí queria ver qual seria a pauta dos programas de televisão. Finalmente o bem seria maior que o mau.
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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Duas histórias, dois exemplos


Duas histórias que foram exibidas pela televisão nos últimos dias me chamaram muito a atenção e me fizeram refletir sobre algumas coisas da vida. Nos dois casos, foram ao ar pela Rede Globo – uma no Caldeirão do Huck e outra no Fantástico: Raimunda e Crystal.

Luciano Huck andava pelas ruas do Rio de Janeiro fazendo o quadro Vou de Táxi quando numa esquina qualquer Raimunda entrou no carro. Pouco mais de 30 anos, Raimunda já tem três filhos, sendo a mais velha uma adolescente de 16 anos.

Como milhões de brasileiros, Raimunda – abandonada pelo pai das crianças – vive muitas dificuldades na vida. Morava numa favela (Santa Marta), ganhava R$ 300 por mês, vivia num barraco minúsculo, úmido, caindo em cima dela e dos filhos. Estou escrevendo no passado porque Huck, emocionado com a vida de Raimunda, fez com ela também o Lar Doce Lar e fizeram um sobrado espetacular se comparado com antes e se comparado com os outros barracos do morro.

O momento mais emocionante foi quando Raimunda contou que quando sua filha era ainda criança, tinha que comprar leite condensado e dissolver porque não tinha como comprar o leite diariamente. E que às vezes pedia 50 centavos para comprar o pão para a filha e ficava sem comer.

Ficou nítido que Luciano Huck quase não conseguiu acabar o quadro porque a história “acabou com ele”. Apesar de sabermos das dificuldades de um sem número de brasileiros, ver cara a cara o drama das pessoas não é fácil para quem tem um mínimo de coração.

Mas, o que mais impressionou foi que apesar da vida dura, Raimunda é uma pessoa sorridente, que não faz das dificuldades melancolia. E, o principal: não é porque tem todos os problemas do mundo (inclusive de saúde, depois de cair na escada de casa) deixou de ser honesta e de lutar pelos seus sonhos – o principal conseguir estudar os filhos. Um exemplo.

Já Crystal beira ao inacreditável. Ver a capixaba de apenas 10 anos tocar piano é de puxar o lençol e chorar três dias sem parar de tanta emoção. Só quem assistiu no Fantástico a menina tocando sabe do que estou falando. Poucas vezes vi profissionais fazendo o que ela, uma criança, faz.

O Brasil inteiro se comoveu. A primeira reportagem com ela foi ao ar na semana passada. Em uma semana, centenas de pessoas entraram em contato com o programa para dar a ela um piano de presente. Sim, ela não tinha um piano! Ia para as aulas, mas por ser pobre, não tinha um piano em casa para treinar. Acabou ganhando um de Zezé di Camargo e Luciano, com direito a canja em show da dupla e muito aplauso.

E, mesmo sem perder a ternura infantil, falou como gente grande ao sair do palco: “Eu vou estudar muito nesse piano agora. Para as pessoas que me apoiaram e me elogiaram, eu digo muito obrigada. E se aparecer mais crianças talentosas, que essas pessoas possam ajudar mais ainda, porque não é tão fácil para as crianças que têm talento ganhar coisas assim. Tem muita gente que tem preconceito, porque a criança é pobre, não pode estudar. Mas tem que ir em frente, senão, não consegue”. Outro exemplo.

Quando você vê um bando de políticos nadando em corrupção, escondendo dinheiro em meia e cueca, fazendo oração agradecendo a Deus ironicamente pelo sucesso de sua covardia com o dinheiro público, acha que o Brasil não tem mais jeito.

Ainda bem que o Brasil é feito de tantas Raimundas e Crystais, de gente honesta e talentosa, escondida por aí. Dá para respirar fundo e pensar que esse país tem jeito sim. Somos feitos de gente batalhadora, inteligente, criativa e que não se abate com as dificuldades. Nem tendo uma classe política que enoja. Ainda bem que eles não são a maioria.

sábado, 21 de novembro de 2009

Vamos nos livrar dos pré-conceitos


Comprei um DVD da Amy Whinehouse dia desses apenas para transformar em imagens aquilo que já vinha ouvindo compulsivamente nos últimos tempos em CD. Play ligado, pessoal lá de casa girou o dedo indicador ao redor da orelha e a pergunta ecoou rápida e fácil: “Será que ele ficou louco?”.

É a velha máxima da primeira impressão é a que fica. Quando viram aquela figura bizarra, uma mega-franja com cabelo meio-preso subindo um quase meio metro para cima, monte de tatuagens, cílios postiços gigantes, pernas finas desengonçadas, bebendo uma dose atrás da outra de não sei se vodka, conhaque ou uísque, dançando com um jeito tímido de quem não sabe o que está fazendo, acharam ao meu lado que eu é que não sabia o que estava fazendo.

Amy é sim uma figura bizarra, sem dúvida. O noticiário dos muitos sites e revistas de fofocas mostram-na todo dia entre bebedeiras, drogas e confusão. Mas, se ela é tímida ao dançar e se postar no palco, quando abre a boca sai uma inacreditável e poderosa voz. Além do quê, encontrou um estilo diferente para o momento, mas que remete aos anos 50 e ao jeito também espetacular dos grandes clássicos de Ray Charles (aliás, vejam o sensacional filme “Ray” em que Jamie Foxx dá um show de interpretação, tanto que ganhou o Oscar).

Bom, mas não estou aqui para defender a voz ou estilo da Amy ou sua música. É só para comentar como não temos o hábito de conhecer alguma coisa a fundo antes de julgá-la: sejam pessoas, objetos, dogmas, teorias e afins.

Normal que tenham uma reação assim à Amy. Normal porque o ser humano é assim. Somos cheios de pré-conceitos e preconceitos. Na nossa pressa de sempre, não esperamos o que de fato são.

O engraçado é que o normal é tecermos rapidamente um raio-X, como se de tudo entendêssemos e precisássemos nos posicionar. Poucos têm a coragem de ser como Raul Seixas que “queria desdizer aquilo que já tinha dito antes”. O Maluco Beleza preferia ser uma metamorfose ambulante do que ter opinião sobre tudo.

Genial como sempre, Raulzito antecipou ironicamente o que estou escrevendo aqui: que todos nós somos meio metidos a besta, que queremos ser os tais que sabem de tudo, sem saber de muita coisa na verdade. Isso acaba nos tornando pré-conceituosos e preconceituosos – e assim defeituosos e pecaminosos.

Voltando à Amy, na verdade a primeira impressão ficou também para o pessoal lá de casa em relação ao som – eles não gostaram muito da música tanto quanto da imagem. Eu, porém, continuo com a minha opinião de que ela é demais. Mas, posso não pensar assim daqui a algum tempo. Por que não? Sem pré-conceitos.

domingo, 13 de setembro de 2009

Carpe diem retrô


Há poucos dias por volta de três horas da manhã um motorista perdeu o controle de seu carro descendo a Faria Pereira e acertou um poste. Foi um barulho daqueles e todos do prédio saíram às sacadas para conferir de perto o que tinha acontecido, afinal de contas a curiosidade é inerente ao ser humano.

Ainda bem que com o rapaz não houve nada de mais grave. Grave mesmo ficou a situação do poste que no dia seguinte teve que ser trocado pela equipe da Cemig.

Por conta disso, os arredores ficaram sem energia praticamente a tarde toda. Nessas horas é que nos damos conta de como somos escravos da tecnologia. Bate quase que um desespero pela falta dos eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Aquelas cerca de quatro ou cinco horas pareceram intermináveis para muitos.

Pensando nessa situação, me lembrei há muitos anos atrás quando ainda criança ficava torcendo para acabar a energia elétrica. Era a glória para meus irmãos e eu. Não esqueço mesmo de como meu pai parecia um super-herói nessa hora. Está bem vivo na memória ele com uma lanterna apontando para o muro e fazendo bichos com as mãos ou com recortes em papel, contando aquelas histórias com a alegria que todos que o conhecem sabem bem como é capaz.

Sempre que nos reunimos lembramos com uma certa nostalgia desse tempo relativamente recente. Não sou nostálgico como muitos gostam de ser e dizer a célebre frase “no meu tempo é que era bom”. Cada fase da vida tem suas características e gosto de respeitá-las. Mas isso não impede de bater uma certa de saudade de algumas passagens.

Segundo Affonso Romano de Sant’Anna, depois de um encontro com velhos amigos que há muito não se viam: “Estar juntos é como estar ao redor de uma fogueira recontando a própria vida (...). E já que os presentes viveram experiências semelhantes, um é a memória do outro, o espelho do outro. É um exercício de reunir fragmentos de vida, rechear em nós a imagem de ontem e reter um pouco do presente que se esvai. Tem, de certo modo, o sentido de carpe diem. Um carpe diem meio retroativo, olhando para o retrovisor”.

Penso que o mais importante disso é esse sentimento de partilha – partilha de um tempo que não volta mais, mas que deixa saborosas lembranças. Como diria Frei Betto, muitos “fazem de sua trajetória existencial um acúmulo de bens infinitos, como amizade, solidariedade e partilha”. Esses bens eu quero ter infinitamente.

domingo, 2 de agosto de 2009

Milagres acontecem


Jó foi talvez o maior exemplo da história de alguém que não tem abalada sua fé. Ele sofreu coisas inimagináveis e nem assim desistiu de seu (nosso) Deus.

Estou lendo o livro “Lições de Vencedor” do pastor Silas Malafaia. Ele relembra a história de Jó e as desgraças que passou, entre elas, perdeu todos os bens (jumentos, ovelhas e camelos morreram por cataclismos ou foram roubados) e seus dez filhos morreram soterrados com o desabamento da casa onde estavam.

Não bastasse tudo isso, Jó foi acometido de uma doença maligna que deixou seu corpo coberto de feridas – da cabeça aos pés. Apesar de tudo isso, Jó não blasfemou contra o Senhor. Muito menos ficou reclamando da sorte como fazemos no primeiro obstáculo que encontramos pelo caminho.

Pelo contrário, Jó disse uma das coisas mais belas que eu já ouvi: “Por que eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a Terra. E depois de consumida a minha pele, ainda em minha carne verei a Deus” (Jó 19:25, 26). Não fosse a ocasião desesperadora, diria que é uma poesia de causar inveja aos maiores escritores da história.

Tenho lido também o livro de Atos dos Apóstolos e a Bíblia mostra claramente as adversidades encontradas pelos seguidores de Cristo. E eles incrivelmente não desistiam: os açoites físicos, as humilhações, as privações, as prisões – nada foi páreo para a inabalável fé daquela gente.

Tenho feito um esforço para seguir exemplos como esses, de pessoas que se derramam na fé de que tudo poderá ser diferente. E assim será se realmente nos esforçarmos em devoção e oração. Aliás, a oração está no centro de tudo isso: na comunhão com Deus encontramos a força necessária para suprirmos nosso corpo e mente nos momentos difíceis.

Para isso, também tenho buscado fugir de pessoas negativistas. O mundo está cheio delas: gente que só vê o lado ruim das coisas e que nunca acredita nas mudanças. Essas pessoas ao verem uma abelha numa flor já pensa em fugir de uma possível picada. Não percebem o lirismo da cena e a perfeição de Deus em cada coisa sobre a Terra.

Aliás, ao escrever esse texto estou ouvindo a bela interpretação de Regis Danese da não menos espetacular letra de “Entra na minha casa”. Ele fecha a música com as frases: “Porque o Senhor é meu bem maior / Faz um milagre em mim”. Siga bons exemplos e saiba: milagres acontecem.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Mundial Interclubes: quimera cruzeirense perto da realidade


Os cruzeirenses já começam a ter seus momentos de meros devaneios tolos. A começar pelo site do clube, hoje estampando que Dubai será o limite para o time do Gladiador. Calma pessoal, ainda falta o tricampeão Estudiantes (que ganhou a Libertadores em 1968/69/70).

Ainda assim, justifica-se a empolgação. O Cruzeiro faz campanha quase irretocável na competição. Um time de coração e garra quando foi preciso superar a falta de técnica. Mas, principalmente, uma equipe de muito futebol, em especial do craque Kleber. Como joga o parrudinho!

Na noite desta quarta, o Cruzeiro fez o que se esperava. Marcou em seu campo, não deu espaços nas costas da defesa para lançamentos para os velozes Maxi Lopes e Herrera e obrigou o Grêmio a cruzar dezenas de bolas na área. Por cima, com Leonardo Silva, fica difícil para qualquer ataque.

Está certo que em alguns momentos do primeiro tempo, o time de Adilson andou dando muito espaço para os gremistas. O contra-ataque não saía e o Grêmio sufocava cada vez mais, só que sem conseguir grande sucesso nas finalizações.

Aí apareceu o Gladiador: jogada espetacular na direita e passe milimétrico para Wellington Paulista. Dois minutos depois, Jonathan cruza de forma perfeita e outra vez Paulista completa para as redes. Ali a classificação à final já estava decidida.

No segundo tempo, com a saída de Leonardo Silva machucado, o Cruzeiro perdeu a eficiência na bola aérea defensiva e tomou o primeiro gol. Souza ainda empatou para o Grêmio, mas não adiantou. Minas é o Brasil na Libertadores!

Kleber, Leonardo Silva, Fábio e Fabinho foram os gigantes no jogo de ontem na minha opinião. Pena que o pessoal do meio-campo (Wagner, Marquinhos Paraná e Ramires – exceto Fabinho como já disse) não estivesse no nível do que podem produzir. Mas, pelo menos não faltou esforço.

O Estudiantes vai dar trabalho. Vão ser mais duas batalhas. Verón é um ótimo jogador, mas não é esse monstro sagrado do futebol como a imprensa tem pintado no Brasil. O Cruzeiro tem tudo para conquistar o tri e, quem sabe, fazer se materializar o tal sonho de Abu Dhabi contra o Barcelona de Messi. Sonhar não custa nada.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

A batalha entre os azuis


Regras básicas para o Cruzeiro obter hoje, diante do Grêmio, a vaga na final da Copa Libertadores da América:

1- Não jogar recuado demais, dando campo para os jogadores do grêmio trocarem passes muito próximo à área do goleiro Fábio. Se o Cruzeiro ceder muito campo para o Grêmio, poderá ser suicídio, já que os gaúchos vão pressionar empurrados pela torcida desde o primeiro minuto.

2- Criar condições para que seja possível contra-atacar com eficiência. Se ficar muito recuado, o ataque ficará muito longe do gol do Grêmio, o que dificulta chegar à baliza gremista com um número suficiente de jogadores para finalizar.

3- Não se apegar cedo demais à vantagem. O time mineiro tem que marcar, mas também buscar o jogo. Um gol do Cruzeiro fará toda a diferença. Além do mais, se o Grêmio fizer um gol ainda no primeiro tempo e o Cruzeiro não, a torcida vai inflamar o time gaúcho.

4- Não fazer faltas nas proximidades da área. Tanto faz se essas faltas forem frontais ou laterais, de toda forma é chumbo grosso. O Grêmio tem excelentes batedores, tanto para cruzamento (Tcheco) quanto para batidas direto para o gol (Souza).

5- Última linha de zagueiros não muito adiantada, para que não possam ocorrer lançamentos nas costas dos beques. O ataque do Grêmio com Maxi e Herrera é muito rápido. Se houver enfiadas de bola fica difícil para os zagueiros alcançarem um dos dois na corrida.

6- Não entrar na “pilha” da briga Elicarlos e Maxi. O jogo vai ser tenso, muito duro com certeza. As jogadas serão ríspidas e acredito até desleais. É melhor para o Cruzeiro tentar ganhar na bola. Se partir para o embate, para o empurra-empurra é melhor para o Grêmio.

7- Kleber: Não seja expulso!

É claro que Adilson Batista sabe de tudo isso exposto aqui. É um grande treinador, mas andou pisando na bola na Libertadores do ano passado. Só que o técnico evoluiu muito esse ano e o grupo é muito mais forte que em 2008. O Cruzeiro tem tudo para ser finalista.

Estaremos contando todos os detalhes deste jogo hoje, a partir de 21h, pela Rádio Rainha da Paz e pela REDE HOJE. Contamos com sua audiência pelo AM 810 ou pelo http://www.redehoje.com.br/. Até a batalha!
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Envie um comentário direto para o autor: andreredehoje@hotmail.com.
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(Foto: Site oficial do Cruzeiro)

terça-feira, 30 de junho de 2009

Situação ou Oposição?


O vereador Cássio Remis chutou o balde na semana passada. Esperamos agora cenas do próximo capítulo da novela: “Situação ou Oposição – ser ou não ser”.

De acordo com o maisumonline.com.br, na reunião da Câmara, o parlamentar saiu com essa:

“Se assim quiserem, podem dispensar meu pai (o secretário de Esportes Marcos Remis) e minha noiva (a diretora da Escola Casimiro de Abreu Nayara Queiroz). Já colaborei muito com esse governo que aí está, mas se me querem na oposição também sei muito bem representar esse papel”.

Cássio ficou chateado com Fausto Amaral que teria criticado vereadores que não estariam querendo aprovar projeto de quase R$ 12 milhões para pagamento de dívidas do governo municipal passado.

Mais um abacaxi para o prefeito Lucas Siqueira descascar. Ou melhor, o relacionamento com a Câmara virou um jogo de xadrez e Dr. Lucas já tratou de começar a treinar para poder jogar de igual para igual com a turma do Legislativo...

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Batismo de Sangue


Assisti a “Batismo de Sangue”, filme de Helvécio Ratton baseado no livro homônimo de Frei Betto. O longa conta a história da atuação dos frades dominicanos durante a Ditadura Militar. Eles ajudaram, e muito, na luta contra a repressão que culminou com o assassinato do revolucionário Carlos Mariguela, a prisão dos religiosos e a tortura deles.

O filme começa e termina dramaticamente com o suicídio do Frei Tito (interpretado por Caio Blat). Ele foi torturado pelo temível delegado Fleury (que ganhou ótima interpretação de Cássio Gabus Mendes).

Frei Tito foi um dos que conseguiram sair da prisão, trocado por um embaixador que havia sido seqüestrado pela resistência. Mesmo fora das grades, continuou eternamente preso. Frei Tito teve visões até morrer e a loucura o fez enforcar-se.

O duro é que é tudo verdade. O duro é que pouca gente tem conhecimento de tudo o que aconteceu. Tanto é que o próprio Daniel de Oliveira (excelente ator que faz o papel de Frei Betto no filme e que interpretou esplendidamente o cantor Cazuza) reconhece no making of que não sabia nada sobre essa história. Ele nem tinha noção da participação dos dominicanos na luta contra a ditaura.

O mineiro Frei Betto é um de meus maiores ídolos. O livro “Batismo de Sangue” é espetacular – um relato fiel de quem viveu na carne o drama do militarismo no país. Por sorte, Ratton acertou a mão e o filme também é um retrato bastante fiel desta página negra da história do Brasil.

Em tempo: na minha opinião, a cena mais emocionante do filme é o momento da Eucaristia na prisão. Mesmo nos momentos mais difíceis, o ser humano não abandona o sagrado – e vice-versa.

Assistam e leiam.

sábado, 30 de maio de 2009

Concordando com Dimenstein

Formado em História, poderia dar aulas. Mas, não é fácil encarar uma sala de aula com falta de condições de trabalho, salário baixo e ausência de reconhecimento social. Por isso, achei espetacular o texto do excelente Gilberto Dimenstein, na Folha Online, nesta sexta-feira, que reproduzo aqui.

Estamos deixando de ser idiotas?

Nação idiota é aquela em que os alunos saem da escola sem aprender a ler e escrever direito. Não há civilidade democrática que se construa a partir disso. Nesse sentido, somos uma nação idiotizada --e vamos ser por muito tempo. Há, porém, motivos para celebração, como este plano anunciado pelo governo federal para estimular a formação do professor.

O que se pretende é aprimorar a seleção de professor , além de aumentar a oferta e melhorar a qualidade dos cursos de formação nas universidades. É algo que vai ao encontro do anúncio do governo de São Paulo de obrigatoriedade de um curso antes de o professor, já aprovado em concurso, passar mais um tempo estudando.

Estamos tocando na essência do nosso subdesenvolvimento: a baixa qualificação dos professores. Isso se deve a toda uma mobilização, crescente, da sociedade pelo ensino público. É o avanço político mais importante do país.

Ainda é apenas o começo. Mas a verdade é que todas essas ideias só vão mesmo funcionar quando pudermos atrair os talentos da sociedade para dentro da escola. Atrair significa a combinação de salário com reconhecimento social.

Atrair talentos significa que uma comunidade coloca em primeiro lugar a qualificação de todos os seus integrantes, e não apenas da elite. A novidade é que nossa elite econômica não só aceita como se mobiliza a favor desse princípio tão simples.

Por isso, que a tarefa de melhoria da educação só é comparável à abolição da escravatura.


O texto está disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/gilbertodimenstein/ult508u572999.shtml

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Adilson, o enxadrista


Foto: VipComm/
Divulgação


Antes de começar o jogo entre Cruzeiro e São Paulo comentei com meus irmãos que seu o time mineiro ganhasse ou pelo menos empatasse com o tricolor no Mineirão, o técnico Adilson Batista iria colocar Athirson no meio-campo e sacar um atacante (Thiago Ribeiro) no jogo de volta, no Morumbi.

Não precisou esperar tanto tempo. Adilson já fez a mexida no intervalo! Tudo bem que o Thiago saiu por contusão, mas a mudança simples era trocar um atacante por outro. O fato é que, apesar do treinador torcer a cara e dizer que estava certo, o gol do São Paulo mostrou que ele estava errado.

Quando Adilson tirou Magrão, colocou mais um atacante (Zé Carlos) e deslocou Athirson para a lateral esquerda (sua real posição) o Cruzeiro foi outro. Não demorou e o time marcou o seu importantíssimo segundo gol, justo com quem? Zé Carlos, o atacante que entrara.

Adilson é melhor técnico que parece, mas às vezes é científico demais. Nos recônditos de sua mente ficam borbulhando ideias táticas que nem sempre funcionam na prática. Para ser um bom treinador, é preciso saber mais que esquemas e detalhes técnicos. É preciso ter o feeling, conhecer a hora certa de fazer algumas “loucuras”. Por isso Felipão foi campeão do mundo e é um dos maiores do planeta.

Mas, reconheçamos que Adilson tem muitas virtudes. Ele encara o futebol como um jogo de xadrez – e às vezes funciona. Como no jogo contra o Flamengo, em que deixou apenas um atacante para que Cuca colocasse o time carioca todo para frente. Adilson Batista deu seu xeque-mate, voltou a colocar o Cruzeiro ofensivo e matou o jogo com Ramires. O Professor Pardal também tem seus dias de glória.

Quem não deve pode dar explicações sim, senhor


Aquela velha e batida frase, “quem não deve, não teme” se encaixa muito bem no que tem acontecido na Câmara Municipal com relação aos requerimentos para que a Prefeitura explique algumas situações.

Os vereadores Arimatéia e Marcilene querem explicações do Executivo extremamente pertinentes, como por exemplo, detalhes dos aluguéis de carros junto a uma empresa de Uberlândia; quem foi admitido e quem foi demitido desde o início do ano pela Prefeitura; prestação de contas do PatrôFolia; entre outras.

Estranha o esforço da situação para impedir que tais requerimentos fossem aprovados. Falam tanto em transparência, mas por que o medo de tornar públicas tais informações?

Bom, o vereador Cássio Remis argumenta que os pedidos do Dr. Ari e da Marcilene não foram bem fundamentados. Bem, não sei o conteúdo dos requerimentos, mas o teor dos textos pouco importa. Externar ao povo (e consequentemente aos eleitores) o que acontece com o dinheiro público é uma obrigação e fiscalizar o Executivo é uma das funções inerentes à Câmara Municipal que deveria ser colocada em prática.

Na foto, Marcilene e Cássio que andam em pé de guerra.

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sexta-feira, 22 de maio de 2009

Mais uma estrela que se vai


O presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela, não pode mesmo ver umas verdinhas passando na frente. A bola da vez é Ramires, vendido ao Benfica. Quando o Cruzeiro não mais vai se desfazer tão fácil assim de suas estrelas? Se brincar, não ficam nem as da camisa...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A cidade do "Latinha"

O Enxó Clube de Patrocínio poderá ser vendido. O clube há muitos anos sofre uma grave crise e várias tentativas para reerguer o Enxó foram feitas, todas infrutíferas. Agora, o presidente do Conselho Deliberativo, Marco Antônio Guimarães Coutinho convocou para o próximo domingo, dia 24 de maio, na sede campestre, com segunda e última chamada às 10h da manhã, uma assembléia. Em pauta, a “apresentação do valor referente à avaliação oficial do clube” e “esclarecimentos sobre a venda” do Enxó.

Patrocínio vem se notabilizando pela piadinha do "Latinha": lá tinha Enxó, lá tinha Ninho da Águia, lá tinha Bretas (ops, nem chegou a ter!), etc. É uma pena. Em tempos de investimentos em turismo, podemos perder mais um cartão postal da cidade. Já não basta o Hotel Serra Negra, agora também o Enxó que poderia ser um grande complexo de lazer. Será que o destino será o mesmo do Ninho da Águia?

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Prefeito concede entrevista à Rainha da Paz e REDE HOJE




O repórter Rafael Pires, o diretor da REDE HOJE DE COMUNICAÇÃO, Luiz Antônio Costa e eu estivemos entrevistando o prefeito Lucas Siqueira entre 11h da manhã de 12h30 desta quinta-feira (14) na Rádio Rainha da Paz (810,AM) e na RÁDIO HOJE.

Abordamos com ele diversos temas importantes para a comunidade. Mesmo assim, o tempo de uma hora e meia ainda foi insuficiente para o número de questionamentos dos ouvintes. De toda forma, Lucas Siqueira abordou assuntos relevantes, que abordaremos aqui no blog e no www.redehoje.com.br.

O primeiro assunto abordado foi habitação. Confira o que disse o prefeito Dr. Lucas ao primeiro questionamento.

DR. LUCAS: “É um problema sério. Foi feito um diagnóstico recentemente e o déficit habitacional reprimido em 2000, ou seja, nove anos atrás, é de 3.500 casas. Se você considerar que de 2.000 para cá foram construídas pouco mais de 1.000 casas em Patrocínio, esse déficit ainda estaria em torno de 2.500 casas, mais ou menos. De lá para cá, obviamente não houve um crescimento habitacional tão grande assim como em outras décadas, mas é preocupante. Com relação a esse programa (Minha Casa, Minha Vida), estamos indo amanhã (sexta-feira) à Superintendência Regional da Caixa Econômica Federal onde vamos assinar um convênio com a Caixa Econômica Federal já pleiteando o que a gente considera que vai ser liberado para o município, em torno de 2 mil casas. Logicamente, essas vão se somar às 223 casas que vão ser construídas pelo projeto associativo da Caixa, o Morada Nova III, e também as 135 casas que já estão sendo concluídas no bairro Enéas em que acreditamos que até agosto ou setembro estarão sendo entregues à população. Essas do Enéas nós pegamos algumas sem alicerce, algumas as paredes estavam prontas, já com telhado pronto e tivemos dois contatos com a Caixa e eles vão começar a fazer as medições. Os trabalhos lá já reiniciaram. Lá vão ficar cerca de 130 lotes vagos e vamos tentar junto às pessoas a viabilidade com os donos para a construção. Vamos tentar junto à própria Caixa ou à Cohab que disponibiliza recursos".

André: Havia pessoas cadastradas em programas do governo anterior, como o Nova Brasília, essas pessoas vão passar para o “Minha Casa, Minha Vida”? Como ficou essa situação?

DR. LUCAS: “Essas pessoas com certeza vão ter que passar por um recadastramento. Sei que e uma dor-de-cabeça para todos, mas é que existem algumas regras definidas pela Caixa. Então essas pessoas têm que se enquadrar nesses novos requisitos, logicamente associados aos requisitos que temos aqui no Plano Municipal de Habitação. Há necessidade desse recadastramento até mesmo porque muitas destas pessoas, ou podem ter mudado de categoria e não se enquadrar mais no programa, bem como muitas pessoas que não estavam cadastradas vão muitas vezes até ser encaixadas ou que foram recusadas em cadastros anteriores. Vai ter que haver esse recadastramento, até porque a gente sabe que o número de inscrições vai superar e muito essas duas mil casas que a gente possa vir a conseguir. A gente vai ter que criar critérios muito claros para a classificação destas pessoas”.

Perguntas de ouvintes continuam questionando habitação, inclusive das inscrições feitas na administração anterior para o Nova Brasília...

DR. LUCAS: “Daquelas inscrições para o Nova Brasília não existe mais nada dentro da Prefeitura. Foi tudo apagado, não existe um cadastro sequer dentro da Prefeitura. Muitas daquelas pessoas podem ter mudado daqui, outras sabidamente eram proprietárias de outro imóvel. Vai ser necessário sim um recadastramento. Essa própria empresa que está nos ajudando no diagnóstico (habitacional) vai ajudar nesse cadastramento, para que seja mais eficiente. Vamos fazer uma coisa organizada, com distribuição de senha e sem correria. Vamos organizar. Mas tudo depois que a gente vier de Uberlândia com os dados mais concretos (da Caixa) para a gente passar para a população".



Em breve vamos trazer outros tópicos comentados pelo prefeito Lucas Siqueira em entrevista à Rainha da Paz e REDE HOJE. Aguardem!


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quarta-feira, 13 de maio de 2009

Confirmada entrevista com Lucas Siqueira à Rainha da Paz


A Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Patrocínio confirmou na tarde desta quarta que o prefeito Lucas Siqueira (PPS) estará na Rádio Rainha da Paz (810, AM) às 11 horas da manhã desta quinta-feira, dia 14 de maio.


Dr. Lucas será entrevistado pela equipe da emissora, falando dos temas mais importantes da cidade no momento.


A assessoria disse também que não será possível a presença do vice-prefeito Fausto Amaral.

A evolução da autoridade



Recebi um e-mail do meu cunhado Juliano. É do site "Humordomo". A charge é prefeita... Ou alguém aí está disposto a dizer que não é?!

terça-feira, 12 de maio de 2009

A vida é bela


A vida é bela porque existem pessoas que quando a água está batendo no pescoço e a esperança já se esvaiu em um mosaico de imagens desconexas e negativas, te pegam pela mão e te erguem de volta à tona. São estas pessoas que estão hoje ao seu lado, mas que você só irá valorizar quando perdê-las.

A vida é bela porque é repleta de ídolos. São pessoas legais, que são ponto de referência, na arte, no esporte, na vida de maneira geral. São pessoas normais, com virtudes e defeitos, mas com algum dom especial. No meu caso, alguns deles são Phil Collins, Renato Russo, Tostão, Frei Betto, Chico Anysio, Dráusio Varella, Zico, Alex, Tom Hanks, Fernanda Montenegro, Robbie Williams, Raquel de Queiroz, Denzel Washington, Selton Melo, entre outros. Quais são os seus?

A vida é bela porque atrás de tragédias, como essa de Santa Catarina, se descobre que ainda existe gente que se comove e se preocupa com os outros. Que para cada casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá existem milhares de pais e mães que não fazem nada além de viver em função dos filhos. Amor e dedicação ao extremo. Que para cada namorado de Eloá existem milhões de casais apaixonados que, mesmo quando há a separação, só quer o bem do outro.

A vida é bela porque existem filmes como “A vida é bela”, "Beleza Americana", "Cidade de Deus", “Sociedade dos Poetas Mortos”, “Um grito de Liberdade”, “Forrest Gump”, “Um ato de coragem”, etc., etc., etc. Porque existe o cinema, o teatro, os livros, o futebol. As noites e as manhãs, sol e lua, estrelas e peixes, flores e nuvens.

A vida é bela porque existe um Deus que nos dá tudo isso que citei e ainda ao ser humano a inteligência para buscar a cura. E quando somos incapazes de remediar as doenças, ainda nos dá a cura sem explicar o porquê.

A vida é bela porque Jesus Cristo nunca nos abandonará. Ah, esse Jesus... Que grande revolucionário das palavras foi esse homem! Esse sim é meu maior ídolo e o motivo maior da beleza da vida.


Texto publicado na edição número 5 da revista HOJE MAGAZINE.

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domingo, 10 de maio de 2009

Hoje Magazine nº 7 circula esta semana


Circula esta semana a edição do mês da revista HOJE MAGAZINE.

Em destaque, uma reportagem dando todos os detalhes da vinda da Fosfértil para Patrocínio. O “Projeto Salitre” é o principal investimento da gigante da mineração no momento. Eles vão investir R$ 2 milhões.

A entrevista do mês é com Márcio Montanari, que explica como está a situação do Conselho Comunitário de Segurança Preventiva de Patrocínio.

Apesar de ainda não estar funcionando, o Centro Viva Vida também ganha destaque, já que foi inaugurado e prevê atendimento a mães e filhos.

Uma matéria especial conta a história da vizinha Guimarânia, cidade fundada por gêmos.

Na saúde, uma reportagem, com entrevista do psicólogo patrocinense Roberto Rodrigues Júnior, aborda a depressão pós-parto, problema cada vez mais comum.

Na IMAGEM HOJE, uma cena que chama a atenção: apesar de parecer mórbido, o Cemitério de Patrocínio abriga algumas verdadeiras obras de arte em alguns jazigos mais abastados, contrastando com túmulos com simples cruzes de madeira. É a diferença social brasileira presente até na hora da morte.

Em breve, a revista estará disponível, na íntegra e de graça, no http://www.redehoje.com.br/.

Lucas e Fausto participam de entrevista na Rádio Rainha da Paz


O prefeito Lucas Siqueira (PPS) e o vice Fausto Amaral (PT) estarão nos estúdios da Rádio Rainha da Paz (810, AM) nesta semana, em data a ser confirmada. Eles estarão participando de uma rodada de perguntas da equipe da emissora.

Vão participar os apresentadores José Rogério e Patrícia Montanari, além deste blogueiro, diretor de Jornalismo da Rainha da Paz e editor da REDE HOJE.

Lucas e Fausto vão falar de vários temas importantes, entre eles, a área da saúde. Essa tem sido uma reclamação constante da população. A emissora tem um quadro chamado REPÓRTER DO POVO que ouve as reclamações da comunidade e a saúde tem gerado o maior número de protestos.
Foto: Imprensa/PMP

quinta-feira, 7 de maio de 2009

A saber: Carpe Diem


Tem duas músicas que estão entre as minhas prediletas. Elas foram escritas pelo Paulinho Moska: “O último dia” e “A seta e o alvo”. Basicamente dizem a mesma coisa: Carpe Diem (aproveite o dia!)[Lembra do Robin Williams em “Sociedade dos Poetas Mortos”?]. É mais ou menos por aí.

Durante semanas pensei em escrever um texto sobre morte. Imaginei muitas coisas para falar, mas nada efetivamente me empolgou a ponto de registrar neste espaço. Também pensei que, por causa de algumas mortes trágicas em Patrocínio nas últimas semanas, poderia ser oportunismo ou que eu não seria capaz de reconfortar alguém.

E quem sou eu para reconfortar alguém com relação a esse assunto? Um João-Ninguém, um zero-à-esquerda. Não, não estou apto a prestar muita solidariedade. Para falar a verdade, ninguém está, pelo simples motivo de existirem mistérios “do outro lado”.Prá mim é dificílimo visitar alguém que acabou de perder uma pessoa que ama, simplesmente por não saber o que dizer. Parece que não saem da minha boca palavras como “meus sentimentos”, “meus pêsames”, etc. Soa como conta-gota no oceano pela nossa insuficiência para consolar alguém diante de tamanha perda.

Minha mulher é uma dessas pessoas que não se conformam com a morte. Ela fica se perguntando os “por quês” disso, pensando que poderia ser diferente, não tão traumático assim. Mas eu a entendo: afinal, o medo da morte está com o ser humano desde que percebeu que era diferente dos animais. Por causa desse medo, surgiram tantos rituais no decorrer das civilizações.

No fundo, no fundo, acho que o pior mesmo é para quem fica. Esse desconhecimento do que virá é que gera tanto pavor. Nossos temores transbordam a alma pelo desconhecer, por não sabermos se nos encontraremos novamente, se nos conheceremos, se veremos velhos e novos amigos, se perpetuaremos no além nossos amores, se odiaremos quem odiamos. E se não houver “um outro lado”?

Tenho certeza que existe. Por ser cristão convicto, acredito piamente na continuação da vida. Mas as questões acima nos afligem. Além do mais, aquela visão bucólica do paraíso me enerva: a água correndo devagar, os pássaros em harmonia com a vegetação, flores, grama. Credo! Essa monotonia não é comigo...

Por outro lado, tem o risco de pegarmos o outro elevador e irmos lá para baixo. Se for como dizem, lá a coisa é bem mais quente. Mas para lá não quero ir nem amarrado!Brincadeiras à parte, não acredito nessa configuração infernal, de um demônio chefão enfiando um tridente na nossa bunda e rindo de nós andando sobre brasas. Acho que o sono eterno, o nada absoluto, a escuridão inexorável é que é o inferno. Eu quero continuar...

Aflige a gente ficar imaginando que não veremos mais filhos, pai, mãe, avós, irmãos, sobrinhos, netos, amigos, inimigos, desconhecidos, amores, desamores. Quantas perguntas, quantas respostas inatingíveis.

O que resta é ficarmos divagando sobre o que há de vir, tentar imaginar o melhor acontecendo e torcer para estarmos ao lado de quem amamos o máximo com a maior qualidade de relacionamento possível. Resta-nos orar e pedir para continuarmos por aqui, pelo menos mais um pouquinho.

Voltando às músicas, voltou a escrever o que já coloquei aqui algumas vezes. Detesto ficar dando sugestão de como cada um vai levar sua vida. Cada um escolhe o que fazer, que regras seguir, desde que não prejudique o outro. Mas quero a plenitude da vida para mim. E essas canções exprimem mais ou menos isso.

A Seta e o Alvo diz: “Eu falo de amor à vida, você de medo da morte / Eu falo da força do acaso e você, de azar ou sorte / Eu ando num labirinto e você, numa estrada em linha reta / Te chamo pra festa mas você só quer atingir sua meta / Eu lanço minha alma no espaço, você pisa os pés na terra. / Eu experimento o futuro e você só lamenta não ser o que era”.

Mais brilhante ainda, O Último dia pergunta: “Meu amor / O que você faria se só te restasse um dia? / Se o mundo fosse acabar / Ia manter sua agenda de almoço, hora, apatia? / Ou esperar os seus amigos / Na sua sala vazia? / Corria prum shopping center / Ou para uma academia? / Pra se esquecer que não dá tempo / Pro tempo que já se perdia? / O que você faria se só te restasse esse dia?

Ouçam/Leiam essas músicas completamente. Nada a acrescentar.

Artigo publicado na edição 107 do Jornal Patrocínio Hoje em 20/04/06

Forca


Alguém à espreita (e não é o Diabo)


O genial Raul Seixas disse que “enquanto Freud explica as coisas o Diabo fica dando os toques” (Rock do Diabo). A brilhante frase fica latejando dentro da gente como um grito que não quer calar. São mais perguntas que respostas.


Perguntas sobre o que somos nós, seres passíveis de desejos terríveis ou almas suscetíveis às mais delirantes tentações? O Diabo vem aqui fazer de nós gato e sapato ou é lá de dentro que surgem indecorosos pensamentos?


Temos visto atitudes que até Satanás ficaria vermelho de vergonha. Ou, se ele é tão mau quanto dizem, deve soltar fogos de artifício e esquentar ainda mais os rincões do inferno. Coitado de quem estiver por lá.


Difícil dizer que haja coisa pior que a pedofilia. Qualquer pessoa tida como “normal” tem asco. A repulsa procede: todos nós somos rodeados de crianças e adolescentes, sejam nossos filhos, sobrinhos, netos, irmãos, filhos de amigos. Mas isso nem é necessário, porque só de pensar em maldades contra eles, parentes ou desconhecidos, já vem aquele sentimento de repugnância contra o agressor.


É nessa ambiguidade que mora a espetacular letra do Raulzito. Porque, que me desculpem os crentes na existência do Diabo, tem muito mais perversidade no coração de muito ser humano por aí do que pela obra de Lúcifer. E não era Satã que ficava dando uns toques para Freud, não. É coisa humana mesmo, de carne, literalmente.


Óbvio que pedofilia é apenas uma das inúmeras perversidades a que o ser humano é capaz. E por mais que Sigmund Freud explique por meio dos acontecimentos de nossa psique durante a infância, isso não quer dizer que tenhamos que ser complacentes com qualquer atitude de crueldade contra qualquer um que seja. Ainda mais contra crianças.


Volto ao Belzebu. Não que eu acredite que o Tinhoso não exista, mas fica muito fácil jogar nas costas do Coisa-Ruim perversidades que não têm nada a ver com outros mundos. Não se pode brincar de esconde-esconde com a falta de caráter, com a desumanidade destas pessoas.
Trazendo para nosso mundinho chamado Terra, é preciso que a Justiça seja realmente severa com estas pessoas que não aprenderam a viver em comunidade. A impunidade tem feito muitos ladrões, assaltantes, estelionatários, traficantes, homicidas e pedófilos por aí. Quem anda na linha precisa ser respeitado e não viver escondido atrás das grades das próprias casas.


Mas não basta a Justiça ser mais enérgica. Deve partir do Executivo as condições para que isso seja possível. Porém, não é o que temos visto. Na maioria das vezes dentro da própria política estão os que se apossam do dinheiro público, outro ato que nada tem a ver com a figura do Diabo, e sim com a diabólica máquina da corrupção. Além disso, os governos em todos os níveis têm que dar condições às polícias, melhorar e ampliar a rede penitenciária e dar real atenção a esse grave problema da violência.


O Legislativo também não pode fugir de sua missão. Primeiro, tem que estar vigilante e cobrar do Executivo as ações inerentes à sua função. Segundo, tem que fazer as leis que permitam ao Judiciário agir corretamente. Sem os instrumentos legais corretos em mãos, a Justiça fica de braços amarrados.


Por último e aí vem o principal: as autoridades têm que dar condições básicas para as pessoas viverem uma vida digna. Com mais educação, saúde, cultura, lazer, esporte não há dúvidas que será menor o número de pessoas transgredindo as regras sociais.


Só que, mesmo com todas estas medidas tomadas, estejam certos que ainda assim haverá muita maldade solta por aí. Por isso, temos que estar vigilantes. Satã pode estar ali na esquina. Pior que ele, pode ser mais um pedófilo à espreita. Nem Freud explica.