sábado, 30 de maio de 2009

Concordando com Dimenstein

Formado em História, poderia dar aulas. Mas, não é fácil encarar uma sala de aula com falta de condições de trabalho, salário baixo e ausência de reconhecimento social. Por isso, achei espetacular o texto do excelente Gilberto Dimenstein, na Folha Online, nesta sexta-feira, que reproduzo aqui.

Estamos deixando de ser idiotas?

Nação idiota é aquela em que os alunos saem da escola sem aprender a ler e escrever direito. Não há civilidade democrática que se construa a partir disso. Nesse sentido, somos uma nação idiotizada --e vamos ser por muito tempo. Há, porém, motivos para celebração, como este plano anunciado pelo governo federal para estimular a formação do professor.

O que se pretende é aprimorar a seleção de professor , além de aumentar a oferta e melhorar a qualidade dos cursos de formação nas universidades. É algo que vai ao encontro do anúncio do governo de São Paulo de obrigatoriedade de um curso antes de o professor, já aprovado em concurso, passar mais um tempo estudando.

Estamos tocando na essência do nosso subdesenvolvimento: a baixa qualificação dos professores. Isso se deve a toda uma mobilização, crescente, da sociedade pelo ensino público. É o avanço político mais importante do país.

Ainda é apenas o começo. Mas a verdade é que todas essas ideias só vão mesmo funcionar quando pudermos atrair os talentos da sociedade para dentro da escola. Atrair significa a combinação de salário com reconhecimento social.

Atrair talentos significa que uma comunidade coloca em primeiro lugar a qualificação de todos os seus integrantes, e não apenas da elite. A novidade é que nossa elite econômica não só aceita como se mobiliza a favor desse princípio tão simples.

Por isso, que a tarefa de melhoria da educação só é comparável à abolição da escravatura.


O texto está disponível em:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/gilbertodimenstein/ult508u572999.shtml

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