segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Agora dizem que o ‘bullying’ não faz tão mal assim

Em meados do ano passado virou febre um vídeo postado na internet em que um menino revida violentamente a uma sequência de agressões de um colega de escola na Austrália. O adolescente de 16 anos Casey Heynes perdeu as estribeiras por ser agredido por estar acima do peso e descontou sua raiva jogando o agressor contra o chão.

Foi mais um capítulo da novela bullying. Até pouco tempo ninguém nem tinha ouvido falar dessa palavra. Mas, de repente, um termo em inglês fica mais conhecido que muitas expressões em português, até pela gente mais simples e iletrada.

E quando todos levantam bandeira contra o bullying, leio uma reportagem da revista Super Interessante que mostra o lado oposto da história. A matéria, de agosto do ano passado, diz que uma linha de especialistas diz que não há o que temer: crianças e adolescentes precisam passar por apuros, e sozinhos.

Segundo a matéria, pais, professores e até mesmo a polícia passaram a resolver conflitos entre crianças e jovens o que pode mais prejudicá-los que ajudá-los. A reportagem diz que uma nova linha de pesquisadores vem defendendo que o bullying não é necessariamente um problema para gente grande. Segundo eles, as picuinhas entre crianças e adolescentes devem ser resolvidas pelos próprios envolvidos. Sem adultos como juízes.

Ainda de acordo com a Super, esses especialistas não dizem que crianças devem trocar socos na saída da escola. Nem que apanhar faz bem. Afirmam, sim, que disputar é como um rito, pelo qual passamos no início da vida para enfrentar as encrencas maiores no futuro. Afinal fazemos isso desde os tempos mais remotos.

Chego à conclusão que criar os filhos é muito mais difícil do que parece e, na verdade, desaprendemos. Antes os pais pareciam bem mais decididos. Tinha aquela velha máxima de muito pai que não queria ver o filho choramingando: ou resolvia um pepino ele mesmo ou apanhava duas vezes – do colega na escola e do pai em casa.

Agora, ficamos na sinuca de bico. Não sabemos se intercedemos pelos filhos a toda hora, chamando até a polícia, ou se deixamos que sofram um pouco agora para ficarem mais independentes no futuro. Como nem os cientistas têm certeza do que é certo ou errado, o que sobra para os pais é mais dúvidas que certezas. Melhor pensar bem antes de ter um filho...

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